Análise do jogo inFamous, exclusivo para PlayStation 3.

De qual lado você está?

É assim que começa inFamous, produzido pelo Sucker Punch é distribuído pela Sony Entertainment entre os mêses de maio e julho de 2009, sendo um jogo exclusivo para o PlayStation 3. Neste você encarna a pele de Cole MacGrath, um entregador de pacotes, aqui deixo a hipótese de que ele estava desesperado à procura de um emprego, e que logo aceitou abrir um desses pacotes em um determinado ponto da cidade. Uma das coisas que se deve ter em mente ao criar personagens é caprichar e muito no seu carisma, o que não acontece aqui, Cole é um personagem comum que acaba de descobrir que tem poderes elétricos ao abrir aquele pacote e não passa disto, a história do jogo se desenvolve mais do que ele. Mas, voltando ao ponto principal, ao abrir o pacote o nosso protagonista elétrico libera um poder enorme no centro de Empire City que a destrói por enteiro, matando milhões de vidas, menos, é claro, a dele. Mas a destruição lhe fornece certos poderes elétricos, esta explosão foi ocasionada pela chamada Esfera de Raios, dispositivo esse que contém muita energia para ser liberada como uma bomba atômica.
Como eu mesmo disse, inFamous, não para por aí e ficar simplesmente por aí nele não é permitido, pois a Sucker Punch capricha em determinar como você seguirá com suas ações e como elas influenciam o modo como seu personagem irá se comportar. O que quero dizer é que o jogo lhe oferece possibilidades boas e ruins e que você sabiamente escolhe qual delas duas é a melhor. Isto funciona com o sistema de Karma, seja bonzinho com os cidadãos de Empire City e será recompensado positivamente e vice-versa. Um exemplo dentro desse próprio mundo é quando chegam carregamentos de comida à cidade e Cole tem que ou deixá-los para os cidadãos ou ficar com eles somente para si. 
Este sistema de Karma foi muito discutido pelo desenvolvedores de inFamous, eles queriam deixá-lo bem claro desde quando você usa seus poderes, por exemplo, se for bom, os seus raios serão azuis e mais precisos para que não acertem civis indefesos durante o combate, mas, ao contrário, eles serão de cor vermelha mais viva e destrutivos, independente de quem você acerta. Além disto, se for bom, a cidade e seus cidadãos lhe receberão de forma mais agradável, viva, reconhecendo-o como um verdadeiro herói, mas se for mau ela terá um tom mais mórbido, sem brilho e seus cidadãos serão mais rígidos com você.

Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades


Esta frase famosa do famoso roteirista Stan Lee da Marvel que criou o Homem-Aranha, entre outros heróis, nunca se encaixou tão bem ao estilo de jogo de inFamous. Nele nosso protagonista além de possuir poderes elétricos, de certa forma, acredito eu que para que nós possamos explorar ao máximo a cidade, possui também uma facilidade fora do comum de escalar qualquer edificação, como se fosse um praticante do esporte de rua Parkour. Toda a cidade de Empire, segundo os produtores, foi projetada para que Cole a escalasse, isto facilita a movimentação, dinâmica das missões e a exploração do hambiente. Isto pode ser considerado como inspiração em títulos anteriores a este, a série Assassin's Creed e Spiderman, em que fazer parkour, escalar prédios e alcançar ambientes remotos que só podem ser alcançados com certas habilidades é obrigatório.
Influências exteriores

Como já lhes foi dito antes, a Empire City fica toda destruída com aquela explosão, mas o que eu ainda não lhes disse é que essa aparência é fruto de obras que vão para além dos games, duas, no caso, a HQ DMZ ou ZDM - Terra de Ninguém, como é mais conhecida no Brasil e a outra HQ do Batman, Terra de Ninguém, ambas publicadas pela parceria entre a DC Comics e a Vertigo. Nelas a cidade de Nova Iorque e Gotham estão destruídas, cabe, então, a seus heróis a salvarem, no jogo inFamous, Cole MacGrath deve fazer a mesma coisa, pois com a explosão libera-se uma praga que faz com que ela seja interditada, ou seja, ninguém entra, niguém sai. O que provoca um pânico enorme, pois os policiais da cidade somem, as gangues mais violentas tomam o controle das ruas, ou seja, o caos se instaura e poucos podem trazer a esperança de que esse lugar urbano voltará a ter seus dias de glória.  
Como na antiga e famosa série GTA, Empire City é dividida em três partes, cada uma com suas peculiaridades urbanísticas e arquitetônicas, elas são ligadas por pontes que foram levantadas após aquela grande explosão para que essa cidade toda ficasse interditada, mas aos poucos estas pontes são abaixadas pelo progresso do jogador e ele tem acesso, enfim, a todos os distritos. Com o tempo você pode dar melhorias e upgrades às habilidades de Cole, por exemplo, aumentar a quantidade de impacto quando ele pula em queda livre no solo e recarregar sua barra de energia apenas quando ele anda por um fio etc. Alguns melhoramentos fazem parte do decorrer da história, já outros são ganhos comprados com os pontos de experiência (XPs). 
Por inFamous te dar a maior liberdade possível para que você explore as três cidades, tudo com o sistema de escalada, isto é de extrema importância para ele, pois é uma de suas principais características. O que o define entre tantos outros, já que é muito bem feito pela equipe da Sucker Punch. 

Infame

Os gráficos não chegam a impressionar, mas também não são a pior coisa do mundo, acabam sendo muito serrilhados e parecendo que foram feitos às pressas, sem muito capricho, talvez, porque a proposta de inFamous não seja ser tão real, mas mais cartunesco, como uma série de rabiscos em uma folha de papel. As batalhas são o ponto forte, pois são divertidas, poderosas, infames, muito bem controláveis pelo jogador, como se elas fossem a seu favor, e proporcionais aos poderes elétricos que o protagonista ganha na desenvoltura da campanha.

Como é Cole MacGrath?

O nosso herói ou anti-herói, depende de você, não usa armas, pois elas se despedaçam na suas mãos devido à eletricidade que percorre no seu corpo, não pode também, cair na água, devido ao mesmo motivo ou ele morreria eletrocutado. O que lhe sobra, então, é usar seus poderes. Sejam raios, bombas ou escudos de energia que saem de suas mãos, além de outros poderes como absorver a energia de pontos eletrônicos da cidade, se jogar de arranha-céus e liberar uma energia avassalodora que destrói tudo ao seu redor, deslizar nos trilhos do trem ou de pontos de afiação em super-velocidade etc. Isto contribui para uma boa jogabilidade, pois a torna divertida, fluida e única.
Opinião pessoal
É bom eletrocutar dezenas de inimigos na tela da TV com seus diferentes poderes, cada um pertencendo a uma gangue que controla uma parte de toda a cidade em si. É bom também ver como a sua jogabilidade se forma, você controla um personagem que é visto em terceira pessoa, a câmera permite que ele seja visto por completo e também o efeito dos seus poderes. A física não é tão real, o que, para mim, é bom, pois Cole pode pular de um prédio enorme e ao cair do chão não se machucar nem um pouquinho, no que ele pisa se prejudica mais do que ele próprio. 
Muitos podem criticar essa característica, dizer que ela afasta o jogo do que vivenciamos no nosso dia a dia, o que o afasta de nós, dá certo ar de algo impossível ou surreal. Mas "aí é que tá", esse é o problema para mim, pois acho que quaisquer jogos devem ao máximo se afastar da realidade, já que é nele que podemos ser o que quisermos, sem se importar com suas consequências, afinal, estamos dentro de uma realidade virtual, não é mesmo?


Em GTA, no caso, iremos ser um gângster sem escrúpulos, tentando ascender numa cidade cheia de gangues e pessoas corruptas, atacar a base secreta do governo dos Estados Unidos com a suspeita de sua envolvência com ETs e usar as armas desenvolvidas por este governo abusivo para nos divertirmos, provocando o caos na cidade, chamando toda sua polícia com nosso jeito caótico de ser, fazendo tudo isto sem sequer avançar na camanpanha, só jogando e se divertindo à toa, nesta cidade. 
Entendem meu ponto de vista?
 Lógico, que ele é só minha opinião, não quer dizer que você não possa concordar com a outra que eu contra-argumento. Beleza?

Uma imagem diz mais que mil palavras! 

Estão presentes outros problemas mais graves, mas que não comprometem tanto à sua jogabilidade nem à campanha, digo, no sentido da fluidez e naturalidade em que ele roda e acontece. É possível ver problemas de renderização, por exemplo, quando sai de um cenário para outro, rapidamente, enxerga-se que os seus objetos demoram alguns segundos para definirem sua imagem, em alta resolução, além destes, há também muitos Pop-ins, que são, na verdade, o surgimento repentino destes objetos ao se passar a câmera rapidamente por eles, ainda existem problemas de capricho nas bordas dos polígonos que formam a imagem em si, vista na TV.
Pode-se aprovar?



Sim, apesar de inFamous ser um título antigo, isto não quer dizer que não possa ser aprovado ou que vai te deixar mais entediado etc. Lembrando que, relembrar é viver, podemos dizer que ele vale muito a pena, pois seu estilo reconhecido e divertido de jogabilidade define os seus predecessores como inFamous 2 e inFamous: Second Son. Vale a pena ver a sua história que é muito envolvente, o duelo da consciência de um personagem que de um lado pretende fazer o bom uso dos seus poderes, já do outro, não, a descoberta de seus poderes elétricos e até quanto eles o tornará poderoso, apresentação visual do personagem e seus dons, a possibilidade de escalar dentro de uma cidade que é viva em detalhes, em animações de seus cidadãos, na sua reação ao vê-lo progredindo como herói ou vilão. Então não esqueça de juntar um dinheirinho, que não deve ser muito, pois inFamous já é considerado velho e faça suas próprias conclusões, deixando-as em um breve comentário dessa postagem. 

Considerações finais

Galera, obrigado a todos que me acompanham e fazem meu sonho de ser um bom crítico de jogos virar realidade! Até a próxima postagem aqui, no meu blog, no nosso canto gamer, no APJ. 

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