Entrevista Pigeons Attack

Respostas à segunda parte da matéria sobre o jogo indie brasileiro Pigeons Attack

Olá, galera mostro a seguir as repostas das perguntas que fiz aos desenvolvedores do jogo Pigeon Attack.

1)  Há alguma explicação de porquê escolheram os pombos para dominar o mundo e não outro animal ou vocês pretendem mais tarde aparecerem outros no jogo?
A ideia de escolher pombos veio ao perceber que eles estão cada vez mais folgados. Antigamente você não podia chegar perto deles que já saíam voando. Agora ao chegar perto eles ficam te encarando com uma cara do tipo "Tá olhando o quê?". Fora que eles estão em grande número. Muitos falam que os gatos que vão dominar os humanos, ou até mesmo os alienígenas, mas nós apostamos nos pombos. A princípio, somente os pombos serão os inimigos do jogo.

2)  Haverá mais personagens, ao longo da produção do jogo, com características visuais e de combate diferentes, por exemplo, um grupo de heróis típico de histórias em quadrinhos?
Na BGS apresentamos dois personagem: Jim, o mensageiro que utiliza armas à distância para atacar, como pistola e metralhadora, e a Liz, guerreira que usa espadas para combate corpo a corpo e também uma besta para situações nas quais precisa manter distância. A versão final terá mais dois personagens, totalizando quatro heróis para enfrentar a invasão das pombas, cada um com um visual e habilidade diferente.

3)  Vocês falaram a respeito dos pombos dominarem o mundo para que nós humanos fabricássemos a eles pipoca. Sobre isso, haverá como os humanos fazerem algo em troca? Digo, já que eles conseguem pipoca, nós poderíamos petiscar pombinhos assados e dependendo de cada tipo de pombo beliscado nos dar poderes especiais também.
Infelizmente a humanidade está sob total controle dos pombos. Acho bem difícil eles cederem algo em troca pelo "trabalho". O que existe são barracas de upgrade espalhadas pelo cenário que te dão efeito similar, como aumentar a velocidade de movimento ou vida máxima, por exemplo. Outra coisa que estamos tomando bastante cuidado é para o jogo não ficar pesado, excluindo por exemplo sangue, cadáveres etc.

4)  Não sei se já jogaram o modo zumbi de Call of Duty, mas, pelo que joguei a proposta de seu jogo se parece com a dele. Nesse modo, ao invés de pombos, você deveria enfrentar hordas crescentes de zumbis e a cada zumbi matado você ganha pontos para desbloquear armas e alcançar locais fechados. Dessa forma, vocês tiveram influência de outros jogos?
O modo zumbi da série Call of Duty foi a principal influência para o jogo. Joguei por muito tempo a versão do Black Ops, mais até do que a campanha e multiplayer juntos. O jogo também tem outras inspirações pequenas nas mecânicas, como aquela lula branca no Mario Kart que aparece para sujar sua tela.

5)  O que vou falar é apenas uma opinião, estive pensando em outro tipo de bombo que seria muito bom e útil para os dois lados. Imagine se no jogo houvesse um pombo enorme para montar como se fosse um cavalo, assim você o conduziria até os outros pombos, pisoteando-os e acabando com eles facilmente. Mas, haveria um porém, você só poderia ficar com ele por um tempo e uma vez, logo após você descer ele se tornaria seu inimigo e te atacaria como os outros e a única opção é matá-lo. O que acham?
É uma ideia muito bacana! Me lembra o clássico Golden Axe, com montarias com ataques especiais que você usava contra os inimigos. Muito obrigado pela sugestão! Temos a intenção de manter o jogo constantemente atualizado com novidades mesmo após o lançamento, talvez montarias seja uma delas.



6)  Em relação à customização dos personagens, ela será grande ou limitada e isso se expande aos cenários da mesma forma? E será mais estética ou mais funcional ou há um equilíbrio entre elas?
A customização de personagens que o jogo terá é em relação as runas. Com a pontuação obtida na partida, você pode comprar armas novas que serão usadas na partida atual, mas é possível coletar também moedas para utilizar no menu principal. Essas moedas são para desbloquear novos mapas, personagens e runas. As runas aumentam seus atributos, como iniciar com mais 50 de vida, fornecem algum tipo de habilidade, como esquiva, ou algum bônus durante a partida, como ganhar o dobro da pontuação. Customizar as roupas do personagem, ou algo do gênero, no momento está fora dos planos.

7)  O seu jogo possui um nível de “dificuldade prévia”, quer dizer uma que quando você o inicia pede para escolher ou apenas tem dificuldade à medida que se passa das hordas de cada fase?
O jogo não possui seleção de dificuldade, ela é aumentada conforme o passar das hordas. A partida começa com inimigos mais fáceis e lentos, para o jogador se acostumar com os controles e entender como o jogo funciona. Conforme você vai avançando e derrotando as hordas, aparecem inimigos diferentes e eles vão ficando cada vez mais rápidos, com mais vida, dano e em maior número. Para sobreviver por mais tempo, o jogador precisa planejar bem como vai gastar a pontuação obtida, seja com novas armas, upgrades ou liberando novos caminhos.

8)  Porque escolheram o design do jogo como cartoon? Foi para aproximá-lo de um público mais jovem ou é apenas uma escolha (quem sabe até econômica) de dentro do projeto?
A escolha do cartoon foi por diversos motivos. Como o Pigeons é desenvolvido por uma pessoa só, no caso eu Bruno (o Sebastian e Júnior estavam lá me dando uma força no estande), fica difícil fazer algo mais bem detalhado ou realista, é bastante trabalhoso. Esse estilo mais colorido também é um gosto artístico pessoal (talvez por assistir muito anime) e se encaixa muito bem com a pegada de humor que o jogo tem. Além de aproximar o público mais jovem, o cartoon também deixa o jogo mais leve, não só na questão de processamento, mas na questão do tema abordado. Provavelmente um jogo com gráfico realista onde você enfrenta pombas incomodaria e ofenderia bastante gente.

9) O jogo vai contar com uma história  ou apenas um enredo básico explicado sobre a história e habilidade de cada personagem?
Apenas um enredo básico, contando um pouco sobre os mapas e personagens. Também teremos mais informações em nosso site.

10)  Por fim, como foi iniciar e estar concluindo esse projeto? Qual foram os maiores desafios enfrentados por sua equipe? Sentem que se superaram ou há algo a mais para enfrentarem?
Está sendo fantástico tudo que está acontecendo. Não vejo a hora de finalizar e publicar a versão final do jogo para os jogadores.O Pigeons Attack era para ser na verdade um pequeno projeto de estudo com a Unity (programa que escolhemos para desenvolver o jogo), mas ao divulgar nos grupos de desenvolvedores pelo Facebook, o feedback foi ótimo. O pessoal gostou bastante da temática de pombos, o que motivou aumentar um pouco mais o escopo do projeto e lançar comercialmente. A motivação para fazer jogos é provavelmente a que muitos outros desenvolvedores contam: apaixonado por videogames desde criança e em algum momento despertou a curiosidade de aprender como esses mundos que nos divertem tanto são criados. Foi uma jornada bem difícil até aqui, e ainda há muito mais pela frente. Desenvolver sozinho é complicado não só pelas limitações técnicas (é impossível você ser bom em tudo), mas também pela parte psicológica. Após anos trancado em um quarto desenvolvendo, ver pessoalmente um grupo de amigos se divertindo na sua frente com seu jogo é uma cena extremamente gratificante. Gostaria de agradecer o Sebastian e o Junior pela enorme força no estande durante a BGS, a todos que pararam para conhecer e jogar o jogo e também a todos que acompanham o projeto. O Pigeons Attack tem a contribuição de toda a comunidade que dá sugestões e críticas, sejam pelas nossas páginas ou presencialmente nos eventos.
Muito obrigado pela oportunidade de falar mais sobre o jogo, Ruís! Sucesso para o seu blog!
Então, galera por hoje é só! Acompanhem meu blog ou sua página no Face e aguardem o restante das respostas dada a essa matéria! Até mais!

Comentários

  1. Biel, você conduziu a entrevista de uma forma que até quem não conhece o jogo é capaz de acompanhar. Tá de parabéns!

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  2. Obrigado, Júlia. Por avaliar meu texto de forma positiva. Tento deixá-lo o mais claro possível, por isso faço revisões antes da postagem. Seu retorno é sempre bem-vindo no meu blog. Afinal, é um espaço para leitores, como você. Até mais, fique à vontade e curta o blog!

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