Crítica extensiva de Ryse




Crítica extensiva do jogo Ryse – Son of Rome


Dados
Desenvolvedora: Crytek
Publicadora: Microsoft Studios
Gênero: Hack’n’Slash (com progressão linear)
Classificação Indicativa: Para público de 17 ou mais, contém cenas brutais de violência, decaptação, cortes profundos etc. linguagem no estilo mediaval, porém forte e nudez parcial
Forma de jogar: Singleplayer (sozinho; no modo campanha), multiplayer ( cooperativo para dois jogadores, com variações no modo online)
Plataformas lançadas: Primeiramente para Xbox One, depois para o Windows 10 com o programa Xbox Play Anywhere.
Ano de lançamento: 20 de Setembro de 2013


As ondas do mar oscilam...

Isso é bom ou ruim?

Olha, as notas de críticas variavam e variam até hoje para aquele tão esperado jogo de estreia da nova geração, vindos também com o Xbox One, Ryse Son of Rome. Sendo sincero, não há críticas nem ninguém que defina algo, pois vale o que você pensa sobre aquilo e isso vale para mim mesmo, para meu blog ou recente canal no Youtube. É claro que há produtos bons e outro ruins, há produtos ótimos e outros péssimos, sem contar com obras-primas ou desastres. Mas, a pergunta que faço é: e para você? Eu já penso que devido à definição e importância do hype na comercialização de produtos pelo mundo, no caso, de jogos, houve sim um desapontamento. Que virou um tabu, gerou decepção aos usuários da plataforma e até polêmica. Na época em que ele foi lançado eu não tinha em mãos a família Xbox, só o PlayStation 4. Após alguns anos, fui presenteado com um da primeira versão, Xbox One Normal. E, após assinar a Xbox Live Gold, pude ter tal título gratuitamente (devido aos seus serviços prestados). Confesso-lhes que houve um certo preconceito meu de, após baixar, abri-lo. Fiquei com uma expectativa negativa em relação ao jogo, porque já tinha visto muitas criticas negativas e depreciativas sobre ele. Mas, adequadamente, eu pergunto a vocês: depois de tudo isso, de todo esse hype, não haveria injustiça/boicote por parte dessa mídia específica e meios de comunicação ligados a ela como marketing, sites críticos conceituados, o próprio hype gerado, pela globalização ou por nós mesmos (gamers)?

O Significado de Ano Novo

Aonde vamos parar?

Estamos em 2018 e esse, óbvio, é um tempo novo no ciclo de nossas vidas, em várias perspectivas, incluindo o que concluímos há pouco tempo nos jogos, especialmente em Ryse. Recomeçar. Este é o significado mais simplório e significativo que acho para o Ano Novo. E se avaliarmos (se lembram do neologismo inventado na matéria de Feliz Natal! – Ludogicar)? Vamos de novo nessa ideia? A maioria da crítica avalia o jogo Ryse: Son of Rome de forma extremamente negativa, devido a:
1.       Grande repetitividade do gameplay no decorrer da campanha e outros modos de jogo, inclusive o online.
2.       A História poderia ser contada e feita com melhor argumentação e que prendesse mais o jogador.
3.       Poderia haver bem mais cuidado e capricho dos desenvolvedores na produção de Ryse, devido a ele marcar o início de uma nova geração e, em boa parte, haver a curiosidade dos usuários de ver e a vontade dos próprios criadores e executivos da plataforma da Microsoft em mostrar o seu máximo poder gráfico e suas outras especificações high-tech.
4.       Personagens que passam pouca representação de quem são, seja na dublagem, apresentação, construção, emoção ou personalidade. Mesmo com os seus gráficos, sem dúvidas, excepcionais.
...

Blá, Blá, Blá

São tantas reclamações e exigências até hoje (apesar da Microsoft disponibilizar atualizações para corrigir erros) que talvez este jogo deveria ter vindo mesmo em uma geração superior a que se presta.
A história de Ryse: Son of Rome foi escrita por Steven Hall; Rasmus Højengaard e Peter Gornstein. De excelente criação cinematográfica, jogável e ludológica (lucidez). Eu acredito que este trio de escritores, junto com a narração produzida, fez um estupendo trabalho. Muitos críticos e até jogadores ao avaliarem um título, normalmente, estão apegados ao máximo de coisas por segundo que acontecem na tela, talvez seja por isso que jogos oldschool (à moda antiga), baseados em batalhas de turno não estejam em voga. Como o susto causado na nossa comunidade ao saber que o novo Final Fantasy, refiro-me ao Final Fantasy XV, evoluiu (?) para, digamos, ação em tempo real. Galera, o que não falta no jogo criticado e comentado aqui é ação, então por que há tantas críticas negativas e reclamações? Seriam os QTEs (eventos de rápida duração, executados por comandos) ou a própria forma em que ação se dá em si? Dizem ser: Repetitiva. Eu concordo! Mas, com repetição, ganha-se prática e com prática, aí sim, se evolui.

Assassinaram-nos?



Compartilho a opinião de outro crítico português Mário Armão Ferreira, do site PCMANIAS, em que o que ele diz, considero verdade. Por exemplo, temos a série Assassin’s Creed, lançada há tempos e que tem uma coletânea de jogos imensa. Praticamente já sabemos de tudo sobre ela. Praticamente, pois as mecânicas, linha e estilo de roteiro, contexto, ligação de um jogo para o outro, personagens, o lado protagonista e antagonista.... Enfim, muito provável, são idênticos. Ah, sim – Toda regra tem sua exceção. Realmente, tivemos trabalhos bem mais elaborados como o novo Assassin’s Creed: Origins (que se passa em um mundo aberto, com um retrato fiel do Egito Antigo). Mas, eu pergunto a toda essa criticidade (fiquem à vontade para debater moderadamente sobre isso nos comentários): Porque a crítica comum, conceituada e sagrada, aprova e apoia até hoje um jogo com tantos altos e baixos, interminável, interesseiro e super lucrativo (para ambos lados)? Se ele, lá no fundo, foi o mesmo? Pelo menos Ryse, podemos considerá-lo um OVA, se repete e por ali mesmo fica. Porque tem um desfecho já revelado no início da história, mas surpreendente no final. E Assassin’s? Quando irá acabar e deixar de nos iludir (olha o lado mal da ilusão!) com novos lançamentos a não-sei-quantos-mais-anos? Pois é. (Deixo esta pergunta no ar...)

Me enche de luz...

Poderia me referir aos poetas, mas é ao jogo mesmo (haha)

Para um título lançado em 2013, sem tirar nem pôr, Ryse foi o melhor de sua geração em relação à qualidade gráfica. Os cenários, modelagem em 3D, detalhes, expressões faciais, sem contar que a suavidade dos movimentos dos personagens também é inacreditável. E perfeita, para mim. – Mas, Ruís América. Pô, vem cá? Ainda não estamos na mesma geração? Ué? – Depende do conceito dado a elas (todas elas), muitos consideram o Xbox One X como um videogame da nova geração e o que falar do (maravilhoso) Nintendo Switch? Chega a ser um console tão diferente que não sei se se encaixou, de início, à geração atual. “Por agora”, consideram-no como um desses. Devido a suportar jogos mais atuais, AAA (jogos de superprodução), como Wolfenstein II, Skyrim e o seus próprios queridos como Mario Odyssey, Zelda: The Breath of The Wild, entre outros.
O que mais me cativou durante a campanha foram os acontecimentos intermediários e, principalmente, os finais. Devido a expressão de cada personagem, demonstrando fielmente o retrato da história do protagonista e, em geral, de seus coadjuvantes. O nível de detalhes dos personagens brilha aqui. E estimula a continuar jogando para saber mais, a respeito de que situações interpretadas irão surgir, como tudo irá se desenrolar, à medida que situações absurdas surgem e há o desejo de descobrir o que acontece, no fim das contas, até a descoberta do épico desfecho que valida a sua satisfação em zerar tal jogo.
Indo à parte do poderio gráfico e das opções fornecidas, a única consideração que aceito é: tridimensionais, tanto no rosto quanto no corpo, apesar, do cenário e tudo relacionado à sua cinematografia. Há poucas opções de interação nelas, digo, o cenário – de fato, é apenas um ponto de passagem, poucos objetos são quebráveis, personagens aleatórios não interagem de acordo com suas ações, não conversam com Mário (não é o da Nintendo), não vibram quando derrota um bárbaro e se dizem algo é, no mínimo, conexo e está já no “modo automático”. Esse é um dos poucos pontos negativos do jogo.

A Espada de Dâmocles



Dam o quê?
Na verdade, A Espada de Dâmocles faz parte da mitologia grega. Mito? – Segundo o site Toda Matéria: “Mito, do grego mýthos, é uma narrativa tradicional cujo objetivo é explicar a origem e existência das coisas. Esse foi o recurso utilizado durante anos para explicar tudo o que existe no Universo. Desta forma, foram criados mitos para explicar a origem dos homens, dos sentimentos, dos fenômenos naturais, entre outros.”

Spoiling

Só que Ryse: Son of Rome faz uma adaptação ao mito de Dâmocles. Portanto, há personagens inventados e reais na campanha e aqueles que existiram realmente também não correspondem 100% a como foram. Mário Titus foi criado pela Crytek para ser o protagonista. Romano, centurião, prova seu valor após vencer árduas batalhas com instinto de vingança pela morte de seus pais e irmã, meticulosamente, tramadas por Nero e até alguns Deuses do Olimpo. A sua fúria, força de vontade, inocência (principal diferença que encontro em jogos desse gênero), caráter e esperança em salvar o Glorioso Império Romano da mão dos “bárbaros” são o gatilho da aventura.

"Que grande artista morre comigo!" 

Pera, pera... Para tudo!

Nero foi, de fato, um imperador de Roma, lastimável, por sinal. Nero Cláudio Augusto Germânico, como foi nomeado para ser imperador de Roma. Seu império foi governado por bizarrices, exageros e pouquíssimos consensos. O que mais o traz à tona é o Incêndio de Roma que causou a destruição de grande parte da cidade, sua explicação era justamente queimar o que acreditava ser preciso para construir um local de seu ideal: A Cidade Dourada. Executou políticos, opositores, autoridades do exército e possivelmente parentes – tudo para estabelecer seu “imenso” poder e ideologias. Após inúmeras denúncias e protestos contra seus atos nada convencionais, foi condenado pelo Senado à morte e por não ter coragem de se suicidar, necessitou que alguém, ainda fiel, fizesse isso.

Mas e sobre Nero em Ryse??

Nero morreu jovem ainda, com aproximadamente 30 anos de idade. Mário Titus retrata uma adaptação do mito de Dâmocles. – Okay, mas, reforçando, o que tem a ver Mário e Dâmocles? No decorrer da campanha, Mário descobre ser o tal Dâmocles. Pois, nesta versão trazida para o XONE, Nero também trai, como de costume, a família de Mario, em conjunto com Roma e seus generais. E o mito da Espada de Dâmocles fala sobre um centurião traído por seus superiores que, ao partir para o submundo, retorna ao plano terreno com instinto de vingança concedido por uma deusa, devido à injustiça cometida a ele.
- Isto já entendi, pô! Mas, como Nero se encaixa em Ryse? - Em Ryse, o Imperador aparenta ser bem mais velho, o que não ocorreu realmente. E me faz pensar até quanto a nossa imaginação consegue nos levar! Também não teve filhos, quanto mais dois, que são apresentados como Commodus e Basillus. Personagens fundamentais nessa história. E, por fim, no jogo há uma lenda dizendo que Nero só pode ser morto por sua própria espada (monumental), talvez uma apologia bem-feita ao fato real de, ao final de tudo, Nero não conseguir suicidar-se.

Opinião do crítico:

 Se séries que se apegam tanto a realidade como os famosos simuladores são bem prestigiados, devemos dar desconto e parabéns àquelas que fogem um pouco mais dessa concepção e mais crédito ainda àquelas que se adaptam a algo que sequer existiu e que também serve apenas como reflexão: O Mito de Dâmocles – O poder traz deveres e responsabilidades. Então, será que vale tão a pena, se ele pode te corromper para manter o seu status e orgulho, mesmo que faça coisas ruins e inconsequentes? Assim, para que tantas críticas destrutivas, se o maior objetivo dos jogos é a ilusão ao vivo e com sua total participação?

O ponto é o ponto

Um dos pontos que considero fielmente à crítica é: a “cara de pau” de diversas produtoras, Crytek inclusa, de pôr microtransações em seus jogos. Apesar desse problemão, aqui a progressão da campanha e modo online é opcional. Digo, dá sim para progredir em Ryse, em ambos os modos, apenas com pontos que você conquistou no jogo (positivo). Mas se achar justo e tiver disposto pode acelerar esse processo com dinheiro (money and dolars, baby!). Fica a seu critério.
O modo online apresenta novos movimentos de finalizar os inimigos rapidamente (QTEs) e você é capaz de personalizar totalmente seu personagem. Para quem curte jogatinas desse tipo, é aqui que o jogo vale mais a pena (vale de qualquer forma mesmo). Irá lutar, principalmente em partidas cooperativas de dois jogadores dentro do Coliseu, contra um enxame de bárbaros, com diversos objetivos e opções diferentes para seguir. Um depende do outro, por isso, mesmo que você não tenha Headset ou o (sumido) adaptador de fone de ouvido do Xbox One (meu caso), é preciso se virar para que haja algo comunicando uma tática de combate adotada pelos dois, para conseguir a esperada vitória, fazer amizades e, é claro, evoluir o seu querido personagem.  

Enfim (que texto longo, viu?)

Haha, realmente! Mas, estou me esforçando.

Acredito que Ryse: Son of Rome valha a pena, pelos motivos demonstrados. Respeito também quem não apreciou o jogo ou decepcionou-se com tantas expectativas e não foi tão aquilo. Mas, tenho meu ponto de vista e tentei expressá-lo da maneira mais clara e coesiva possível. Consegui? (!) Só quero que reflitam sobre isso, não os induzo a comprar Ryse, somente a pensar se ele tem seu custo/benefício exposto pela mídia e o que vai lhes representar.
Um grande abraço a todos e até mais!
Ah, fiquem atentos, porque novas matérias e até vídeos vão aparecer!

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