Crítica do jogo Devil May Cry IV Special Edition (Campanha Nero/Dante)

Id: ruisamerica
Console jogado: Xbox One
Grupo Xbox One: jogarfazbem (entrem lá e vamos nos divertir!)

Não, Demônio não chore mais!


Após ser lançado em 2008, DMC IV nos apresentou novos conceitos e personagens para esta que é uma série clássica da desenvolvedora e publicadora Capcom. Mas, mesmo tendo sido um jogo bem aceito pelo público, era necessário algo a mais que naquela época não foi o suficiente. Então, em 2015, é lançada a Edição Especial, desenvolvida e distribuída pela própria Capcom.

Mais um demônio: Nero



Se analisássemos Nero, o protagonista da história do jogo, pela definição, em parte é um demônio, pois um dos seus braços – Devil Trigger – é de origem demoníaca. E este braço é a fonte dos seus maiores poderes e descobertas, enquanto avançamos na campanha, que, após a introdução, com todo aquele combate de Nero minimamente calculado na sua luta contra demônios que surgem no meio da cidade de Fortuna, ele finalmente consegue chegar a tempo à apresentação de Kyrie, a garota em perigo, durante o Festival of Blades.
 Ao terminar a sua performance musical, todos ali testemunham uma cena “trágica”: Dante, o principal protagonista dos jogos anteriores de Devil May Cry, aparece de surpresa e ironicamente mata o líder dessa cerimônia com apenas um tiro em sua cabeça.

A eterna luta entre o bem e o mau



Mas, se analisarmos do ponto de vista pessoal, Nero é mais humano do que muitos de seus coadjuvantes, pelo simples sentimento que sente por Kyrie e a vontade de mudar o mundo através de boas ações, mesmo que tenha receio de demonstrar isso.
Com a morte de Sanctus, o líder da Order of Swords (Ordem das Espadas), surgem diversas questões como: Por que Dante, que é considerado um herói de longa data, teria assassinado um homem tão importante para a Ordem e consequentemente a cidade de Fortuna? Será que, durante todo esse tempo, ele mudou de lado e agora atua com viés maligno? Ou quais seriam suas reais intenções? – É essa questão que fica no ar em boa parte do jogo e é descoberta gratificantemente ao desenrolar de sua história.
Logo então, ambos, Nero e Dante, lutam entre si. Nero acreditando estar correto em se vingar da morte de seu grão-mestre de quem serve como um Holy Knight (espécie de cavaleiro, dentro da Ordem) e Dante tentando demonstrá-lo as verdadeiras intenções dessa organização.

Fortuna City, A Cidade do Pecado

Não demora muito para que a cidade seja tomada por inúmeros tipos de demônios que exterminam sem qualquer tipo de sentimento os seus cidadãos. Rapidamente, membros e soldados da Ordem se agrupam para tentar conter o ataque surpresa. Nero recolhe suas armas e deixa seu braço demoníaco à mostra. É assim que a aventura de DMCIVSE começa “pra valer”.

D.T.

O Devil Trigger, também comumente reconhecido como D.T., é uma habilidade que geralmente ocorre entre os próprios demônios ou seres considerados híbridos, nos quais se encaixam o herói da vez Nero e outros personagens da série clássica DMC, como Dante, Vir,gil, Sanctus etc. Com esta habilidade ativada fica visível que aquele que a detém se torna mais forte e ágil, o que, de certa fora, muda como ele consegue interagir, com a arma que está levando consigo.

Em DMCIVSE, há aquela grande cena em que Nero se depara com o vilão Agnus e por fim ele adquire a poderosa arma Yamato – parece-me que ali é o clímax para o herói, que ainda tenta entender a situação, liberar todo o seu poder de Devil Trigger, pois dali em diante é possível usá-lo para se safar de situações difíceis encontradas nas próximas jogatinas.

Inseto gigante

E já se referindo a Agnus, ele é apenas uma peça de todo o plano feito por Sanctus que ainda não está morto. Mas, Agnus é tão sagaz que mesmo sendo usado, usa outra pessoa, Kyrie, para planos malignos maiores que ele. Kyrie, “a princesa a ser salva nesse jogo”, é de longe o maior amor que Dante já teve em sua vida de caçador de Demônios.
Gentil, meiga e sutil, ela representa o próprio amor em pessoa e é ela quem motiva Nero, mesmo após ter lutado contra Dante, autoconhecer-se e abrir os olhos para a realidade: a ordem que segue, na verdade é do mau. Controlada por Sanctus, um demônio praticamente invencível e que controla toda a sua sociedade através da religião e devoção de seus fieis em um culto “benevolente”.
 Agnus é uma espécie estranha de demônio: uma mistura de humano, demônio e inseto (só que dos bem grandes). Pode controlar a eletricidade e alguns objetos pontiagudos que, sejamos verdadeiros, dão um pouco de dor de cabeça.

Manopla do demônio 

Ainda me referindo aos poderes de Nero, é muito provável que venham da sua mão maligna, chamada aqui de Devil Trigger Gauge. Imagine que ela é superpoderosa, capaz de resistir até o mais alto impacto e gerar um certo espectro, como a imagem de uma mão demoníaca gigante que agarra os adversários, quebrando sua defesa e os pegando de surpresa, logo quando achavam ser invencíveis. Quero dizer que sem ela o jogo não acontecia, pois é a principal novidade desde episódio da série Devil May Cry (O Demônio Deve Chorar).

A Rebelião!!!

Porém, o que mais me surpreendeu durante a campanha Nero/ Dante não foi nem saber que jogaria com ambos uma hora, e, sim, como suas histórias se entrelaçam (genial).
Enquanto o protagonista está impossibilitado de lutar, Dante, magistralmente (como sempre, não é?), traz a nostálgica forma de jogar, com suas eternas companhias: sua espada Rebellion adquirida no primeiro jogo da série junto com seus dois revólveres Ebony ‘n’ Evory. No quarto episódio, independentemente de sua versão especial, ele possui quatro estilos de atacar os seus inimigos que vão desde Trickster, Swordmaster, Gunslinger ao Royalguard.

1.       Trickster:  Resumidamente, é melhor para os movimentos de rápida execução e de curta distância, liberando mais rápido os queridos style points (pontos de estilo).
2.       Swordmaster: Usado mais para ataques em várias direções e, assim, permitindo o aumento no número de combos.
3.       Gunslinger: Enfatiza no uso exagerado de armas diferentes e exige do jogador cada vez mais prática e técnica para que seja jogado assim.
4.       Royalguard: A última técnica de luta é a mais difícil de ser aprendida, pois exige dedicação para aprender todos os seus golpes (bem detalhados), apesar de ser uma excelente ofensiva contra inimigos árduos.
Há extras de Dante, também, por parte da história. Como a sua interação com Nero, esquisita no início, mas mais familiar, no final, que só dá para ter noção se jogado. Considero isto como um ponto positivo da narrativa do jogo que apesar de servir mais como um contexto, ainda apresenta um bom trabalho.

Sangue nos olhos...

Após a dita remasterização (que, convenhamos, foi chamada de edição especial), DMC IV foi transportado para mais nova geração de consoles e computadores com grande style (estilo), os gráficos melhoraram significantemente. Sei que ainda há uma textura ou traço que deveria ser melhorado e estar com mais capricho, mas não chega a atrapalhar uma aventura recontada com mais possibilidades e variações. 
Digo isso, pois deixo para o final dessa crítica que nessa versão é possível jogar a mesma campanha principal, com os mesmíssimos personagens com cinco "esteriótipos" diferentes (em uma escala de dificuldade crescente): Human, Devil Hunter, Son of Sparda, Dante Must Die, Heaven or Hell, Hell and Hell e Legendary Dark Knight.

Então, galera, escolham a melhor para vocês e divirtam-se! Um grande abraço a todos e até mais! :)

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