Dois apocalipses que até se parecem, mas são diferentes, Primeira Parte

E3




Olá, galera! Tudo bem com vocês? Hoje trago um assunto um “pouquinho” polêmico. Bem, a E3 (Eletronic Entertainment Expo = maior feira de jogos do mundo) está por vir, no início do mês de junho, e vários jogos estão vindo à tona junto com ela. Dentre eles, a Sony, com sua plataforma Playstation, declara alguns exclusivos de seu console. Hoje, destaco os dois que têm causado este, digamos, alvoroço na comunidade.




E, de forma bem branda, vou tentar dar meu ponto de vista sobre porquê The Last of Us Part II e Days Gone são jogos que, apesar de abordarem o tema de apocalipse zumbi, não são uma jogada de marketing, assim espero, e a crença de que apresentam características substanciais para terem a sua própria identidade, dentro de um mercado cada vez mais saturado de jogos desse gênero zumbi.
Preparados? Então, vamos lá!

Se entrarmos no site oficial do Playstation e procurarmos a parte relacionada a Days Gone, somos assegurados de que Days Gone é um jogo de ação e aventura em mundo aberto que se passa dois anos após uma pandemia mundial devastadora. Jogue como Deacon St. John, um caçador de recompensas que enfrenta uma batalha brutal pela sobrevivência e procura um motivo para viver”.
Se fizermos a mesma coisa com The Last of Us Part II, é assegurado “em sua essência, The Last of Us [Part II] ainda retrata muito Ellie e Joel, mas para esse lançamento, queríamos mostrar vários outros personagens que fazem parte da próxima jornada deles.”

A questão é que se sabe muito sobre Days Gone, pois já foram disponibilizados dois vídeos extensos de jogatinas suas pelo Youtube, mas há muitas dúvidas sem dar uma noção básica de como será a obra de The Last of Us Part II. O que, em minha opinião, confunde e distorce tanto nós jogadores quanto mídia e aqueles que trabalham através dela. Pois, quase ninguém sabe como, de fato, será o novo TLOU.

Por isso, há muitos que associam o novo jogo Days Gone como se fosse a evolução direta do primeiro The Last of Us. Por isso, ocorrem discussões e mais discussões pela internet, no geral, de que a Sony está enganando o seu público, ou seja, vendendo dois jogos, que, na verdade são apenas um.

O que deixa de ser possível, pois eles ainda não foram lançados e sem material em mãos não dá para se construir uma obra (no caso, a crítica de um jogo). Mas, sejamos positivos e perguntemos - e se forem diferentes, quais são as evidências mesmo, Ruís América? Este é o foco dessa matéria, provar que apesar das semelhanças em The Last of Us Part II e Days Gone, elas são meras coincidências.
Ah, só uma observação. Galera, considero esse um trabalho crítico, então está por fora aqui qualquer tipo de fanatismo, pois vim analisar dois jogos, independente de suas empresas, exclusividades e o estado daquele bate-papo chato e infantil de: Quem é melhor... Xbox ou Playstation? Bem, eu não sei, então, vamos à crítica, certo? Certo!



Quem tiver teto de vidro que não atire a primeira pedra

Nunca abordei o jogo The Last of Us aqui no blog e um dos principais motivos é que, logo depois de ele ser lançado e ter marcado uma geração de sonystas, foi quando comecei a me interessar por jogos. Enfim, eu experimentei, mas não fiz crítica alguma, então acabou passando despercebido (mas, não se preocupem, okay? Em postagens futuras, eu o criticarei e será um imenso prazer).
Bem, fazendo um resumo sobre o que é o jogo em si, conta a jornada trágica de Joel que, durante o apocalipse zumbi, perde sua filha Sarah, morta no meio da noite caótica. Após este acontecimento, e mesmo sobrevivendo ao apocalipse, Joel se torna o inverso do que era, por causa da dor que sente pela perda de sua amada filha.

Envolve-se em coisas “barra-pesada” como transporte de cargas para o mercado negro e até pessoas para áreas de interesse de seu empregador ou até as últimas zonas de quarentena que sobraram do governo. É em uma dessas que conhece Ellie, que é uma garota destemida e ao mesmo tempo insegura, nascida em meio ao total caos e declínio da civilização que conhecemos. Ela é a “próxima entrega”, de Joel, no caso.

E em meio disso, desse turbilhão de acontecimentos, ambos aprendem juntos a sobreviver as hordas intermináveis de zumbis até que cheguem a seu ponto de entrega. Mas, ela guarda um segredo: foi mordida por um destes monstrengos e sobreviveu, então se conclui que ela é a cura de que todos ali precisam e que não deve chegar até seu destino.
O que não é tão fácil, pois uma amiga de Joel se sacrifica para que ambos descubram a verdade. Assim, Joel e Ellie vão criando afinidades, até que se subentende que são como um pai e filha. A construção dos personagens é impressionante e excelentemente construída, o que dá foco ao roteiro e diretamente à abordagem que o jogo quis passar... E é claro que não vou contar o final sobre esta obra-prima, já que a matéria sobre este jogo vai estar, em outro momento, aqui, okay? Então, terão uma descrição melhor sobre ela. Massa!

Mas, o que além da história faz desse jogo tão importante? Várias coisas. Vamos resumir mais uma vez? (E faz a linkagem logo com o segundo, pô) Haha.
Um dos pontos mais significativos na época foi a jogabilidade, para mim. Devido à história, temos quase sempre que estar jogando com Ellie e por mais que seja brava etc. ela ainda é uma garota. Afinal, lá no fundo, Joel quer proteger a todo custo a sua mais nova filha! E, sobre isso, o interessante é que em raríssimas vezes ela te atrapalha de jogar. Como não acontece com Sheva Alomar, em Resident Evil 5, quando Chris Redfield deve jogar por dois... Sem comentários.

Voltando, Ellie faz Joel se redescobrir e a nós mesmos também, por isso penso que o jogo seja tão cativante e prenda a sua atenção do início ao fim. Para tal, conta-se com um sistema de stealth (não ser visto pelo inimigo, antes de atacá-lo) inteligente desenvolvido pela Nauthy Dog (a mesma produtora do clássico Crash Bandicoot).

Como Joel fez contrabando, atuando dos dois lados um dia, sabe que o seu maior inimigo não é o zumbi, mas o que restou após o desastre: o ser humano. Ele tenta passar isso a Ellie ao longo do jogo até que se torne verdadeiramente apta a viver com o mundo que se instaurou em sua vida. Aos poucos, ela aprende a se defender, nadar (há uma questão dentro do jogo que vai ser na crítica), noções de sobrevivência e atirar. Isto é ensinado por Joel que por tanto tempo esteve um morto-vivo, fazendo algo só por ter algo a fazer, enquanto trabalhou no mercado negro, o que óbvio lhe exigiu tudo isso.

Mãezona



Agora, com os dois únicos vídeos demonstrados pela Sony da segunda parte de The Last of Us, vemos, por suposto, Anna, a mãe de Ellie: sobrevivente que sabe quebrar pescoços, atirar para valer e que é a fonte de determinação de sua filha imbatível.
Um destes vídeos é tão violento que, incialmente, me incomodou e fez pensar: Mas que mensagem quis transmitir? Logo vi o segundo em que Ellie canta uma música bem triste e que de repente se torna rebelde até estar com muita raiva.
Assim, com aquela gota de sangue caindo aos poucos do rosto da nova Ellie, tive a impressão de que ela desabafava com aquela música, devido ao seu transtorno. Sim, ela está com muita raiva, rancor e ódio de alguém e algo deplorável que fizeram a ela e por esse motivo fica claro seu desejo de vingança! Nesta cena aparece um homem muito semelhante a Joel e que com uma arma na mão faz suposições como: O que está fazendo de sua vida e de si mesma, kiddo (expressão inglesa para alguém mais jovem)?


A canção cantada é dos autores Shawn James e Shapeshifters: Through The Valley. E por que não vermos um pedaço dela traduzida, para que tenhamos mais noção dos que o diretores e escritor (Bruce Straley, Neil Druckmann...) estão tentando nos passar? Ei-la

Through The Valley

Eu caminho, através do vale da sombra da morte
E não temerei mal algum, pois sou cego para tudo isso
Minha mente e minha arma me consolam
Porque, eu sei que vou matar meus inimigos, quando eles vierem
Certamente que a bondade e a misericórdia irão me acompanhar todos os dias da minha vida
E eu habitarei esta terra, eternamente
Eu caminho junto às águas tranquilas e elas restauram a minha alma
Mas, eu não posso andar no caminho dos certos, pois eu estou errado

E se tiverem interesse e quiserem sentir a emoção de toda a música, disponibilizo o vídeo a seguir (retirado do Youtube).

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Arrepiante, não?

No próprio site de TLOU Part II, a Sony afirma com poucas informações:
“Em sua essência, The Last of Us ainda é muito sobre Ellie e Joel, mas para esta revelação, queríamos mostrar vários novos personagens que são parte integrante de sua próxima jornada. Temos certeza de que você tem muitas perguntas depois de assistir a essa cena.
Também temos certeza de que veremos todos os tipos de teorias sobre quem são esses personagens, onde e quando essa cena acontece e como tudo isso se encaixa na próxima história de Ellie e Joel. Por enquanto, estamos guardando segredos, mas estamos animados para ver o que você fará com essa peça do quebra-cabeça. Com toda a Naughty Dog trabalhando no The Last of Us Parte II, estamos fazendo um grande progresso no projeto.
De arte, tecnologia, jogabilidade e história. Este é de longe o nosso jogo mais ambicioso até agora. Você está em um passeio intenso, bonito, angustiante e emocionante. Estamos extremamente orgulhosos do jogo que estamos elaborando e esperamos para mostrar ainda mais a você - e prometemos que você não precisará esperar tanto para a próxima grande revelação!
Até a próxima vez, aguente e sobreviva!”

Zumbis são o que menos importam


A hipótese levantada é de que a mãe de Ellie foi assassinada brutalmente e de que, com todo o conteúdo já apresentado, no segundo episódio de The Last of Us ela passa a perceber a perda da mãe de forma mais avassaladora, o que provocaria em si, após descobrir mais detalhes disso, muita revolta e ódio de quem lhe fez tal crueldade. Já foi confirmado também que, ao contrário do primeiro jogo, este será jogado “pelos olhos” de Ellie, por isso é dado tanto foco à personagem, à sua vida como está agora e revelações odiosas sobre seu passado.



E assim segue: O diretor, Neil Druckmann, de desenvolvimento de The Last of Us Part II, afirmou durante o PlayStation Experience 2016 que “esta será uma história sobre ódio”, então mais possibilidades são levantadas e uma delas que mais me comove e dá mais sentido à ira sentida por Ellie e acaba sendo o carro chefe do novo jogo é: ela estava grávida e como é a própria cura contra a mutação zumbi, o seu filho, possuindo a sua genética, teria mais chances de pôr um fim à pandemia, porém foi tirado de propósito do ventre de sua própria mãe: Ellie.

Só assim, com muita sensibilidade, é possível entender em quem Ellie se transformou, ou seja, em alguém que canta e diz: I’m gonna find and I’m gonna kill every last one of them (Eu vou encontrar e vou matar cada um deles que restou). Ou seja, é possível que a nova vilã Emily e outros grupos armados e de interesse não queiram que a praga acabe, por mais que gere tudo o que gerou.
Enfim, existem “n” hipóteses ou teorias de como será o tão esperado segundo episódio do game que ainda marca a vida de muito gamers usuários da plataforma PlayStation. Por isso não adianta tanta especulação sobre ele se só saberemos a resposta quando for anunciado, lançado, testado e criticado ou se soubéssemos mais conteúdo valioso na E3 desse ano.

Ps: Aguardem a Segunda Parte abordando aspectos de Days Gone e a conclusão da crítica.

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