Dois apocalipses que até se parecem, mas são diferentes, Segunda Parte


Como dito na primeira parte, eu trouxe informações sobre como, possivelmente, será TLOU Part 2. Mas, nesta matéria o foco é o outro jogo exclusivo, que, até certo ponto, está sendo relacionado por muitos jogadores como o próprio TLOU 2, porém, ao meu ver, é diferente, porque mesmo eles tendo um contexto em comum: o apocalipse zumbi, o abordam em circunstâncias diferentes. Então, vamos lá?



Deacon St. John é o protagonista de Days Gone. Pouco se sabe sobre o seu passado, porém há mais informação sobre sua situação atual. Sendo um dos poucos que sobreviveram ao apocalipse, torna-se um mercenário e caçador de recompensas, pois se recusa a viver nas zonas de quarentena e se aventura pelo mundo aberto, proposto pelo jogo, com um intuito ainda não tão claro, talvez seja em uma busca da cura ou até achar seu jeito de viver no meio desse caos, fazendo uma coisa aqui, outra ali e assim esperando o tempo passar até a sua execrável morte.


Penso que outro grande ícone desse jogo seja a moto que John dirige. Até onde se sabe, ela será bem personalizada e dentro do que é mostrado dá para ver que John, em seu passado, fazia parte de um grupo de motoqueiros que faziam contrabando de armas e drogas, além de cometerem atrocidades, de acordo com os seus interesses.




O estilo de personalização de Days Gone me remete ao Kustom Kulture: uma cultura criada na década de 50, sendo que o próprio nome que a determina é considerado um neologismo da cultura norte-americana, pois substitui a letra “C” da palavra “Custume Culture” pelo “K”, dando, enfim, a ideia total de customização.

Hoje, a Kustom Kulture é mais abrangente, mas, na época em que foi criada, ela era mais específica aos automotivos. Como assim? Por exemplo, se comprarmos um carro ou moto e forem adicionadas coisas novas ao modelo original, estamos dentro desse padrão cultural, que podem ser desde pinturas, adesivos ou gravuras (pinstriping, aerografia) às mudanças na própria estrutura do automóvel como motores à mostra, tamanho diferente de aros ou rodas e as alucinantes “tunagens”.

E se o jogo for por esse caminho, baseado em um mundo mais atual, mas com o personagem principal levando o estilo de vida, digamos, mais customizado, há uma noção maior de como ele será e se adequa com o apocalipse presente na sua realidade.
O que podemos ver pelos trejeitos do personagem: a forma como anda, tipos de arma que usa, os seus trajes que estão dentre os mais utilizados pelos motoqueiros, como o casaco marrom sobre sua camisa, ambos esfarrapados ou o estilo das tatuagens que usa em seu corpo, o tamanho de sua barba e cabelo, de um jeito meio debochado, seu boné virado ao contrário... Enfim, como ele é definido pela sua produtora SIE Bend Studio, nos poucos vídeos publicados na internet.

Então, quando isso é adicionado a outro aspecto de Days Gone: o seu vasto mundo aberto, começo a ver um pouco melhor as diferenças entre Days Gone e The Last of Us Part II.

O que é visível?


Bem, a SIE Band Studio garante, oficialmente, que “Days Gone proporciona uma experiência em mundo aberto incrivelmente realista e detalhada. Os ambientes amplos e inóspitos podem ser completamente explorados com a vista por trás da moto de andarilho de Deacon. É possível vasculhar veículos abandonados em busca de itens úteis. Você também pode entrar e fazer buscas nas cidades e prédios: mesmo sendo muito arriscado”.

O que me faz pensar que o cenário será de grande impacto sobre o gameplay de Days Gone, porque, possivelmente, o jogador vai sentir a diferença entre jogar de noite e de dia e se estiver nevando, chovendo ou com clima mais árido. E abrindo espaço também para mais possibilidades, como a interação dinâmica com o cenário a favor de John.

Um bom exemplo é quando o jogador chama uma horda de “freakers” (ou zumbis mesmo) até um local, mantém uma certa distância de todos, para só ter a certeza de que eles vão dizimar um grupo inimigo em questão.
 Se isso acontecer, ao que tudo indica pelos vídeos, ajuda significativamente o jogador a não ter que enfrentar dois inimigos ao mesmo tempo (outros humanos e zumbis), em um mundo de sobrevivência, com número reduzido de seres humanos normais.

Freakers ou Zumbis?


Eis a questão! É afirmado que, na verdade, os monstrengos que aparecem nas gameplays não se encaixariam muito bem na definição de zumbis. É como se os Freakers fossem uma mutação mais poderosa que a provocada pelo vírus que, no caso, transforma as pessoas em zumbis. E, mesmo compartilhando características comuns com as dos zumbis (irracionais e selvagens), os Freakers têm as suas próprias peculiaridades.

Segundo algumas partes do texto publicado pelo site Games Radar, em 21 de dezembro de 2017, o Animador Sênior de Days Gone, Emmanuel Roth, declara que “Cada criatura é diferente [...] todas elas têm algumas necessidades, por isso se comportam de forma diferenciada, dependendo do clima, da localização [...]”.

Devido a primeira demo feita para que o público visse como seria, realmente, o jogo anunciado, seu gameplay e pretexto, ficaram impressões consideradas por seus desenvolvedores como equivocadas de que os inimigos eram muito fáceis para matar, apesar de aparecerem dezenas deles e para isso o próprio Roth explica que “Os Freakers não são fracos [...] talvez tenhamos ficado um pouco chateados com a demo, mas eles não são fracos. São muito perigosos. Esses caras serão difíceis de combater.”

Parece que, em Days Gone, os freakers terão uma IA (inteligência artificial) consistente, mais trabalhada e que agirá diferente, dependendo de certas situações. E, mesmo não sabendo até o quanto ela está sendo desenvolvida, isso pode trazer mais conforto a diversos jogadores da plataforma Playstation 4, na espera de que a Bend Studios esteja se preocupando em trazê-los um título que tenha, como o estúdio tem em mente, um jogo novo e com, no mínimo, diferenças perceptíveis de The Last of Us, apesar dos dois apresentarem a mesma base.



O jogo se passa no deserto do Noroeste do Pacífico que compreende a região noroeste dos Estados Unidos da América, em locais famosos dos EUA como Oregon, Washington e Idaho. – Okay! Mas, como esta região é representada no jogo em questão?
Até onde se sabe, bem semelhante, pois devem existir também locais próprios do jogo. E se já é difícil reproduzir várias cidades em três dimensões, imagine representá-las com grandes traços de destruição provocada pelo caos instaurado no apocalipse, para que grande parte dos jogadores conheçam esta região com outros olhos e ao mesmo tempo haja aqueles para relembrar que já as conhece? Haja trabalho. Espero que valha a pena.

Esta região noroeste se destaca por apresentar muitas variações climáticas e geográficas, encontradas somente nela. É esse ponto que a Bend Studios inclui em seu jogo, a cada vez que percorrer o cenário irá se deparar com uma situação e ambiente com grandes diferenças. Assim, o cenário tem potencialidade de ser um personagem dentro de Days Gone também, porque age de acordo com quem desfruta do jogo (é só observarem o exemplo dito acima). Então, a IA fecha todo esse, chamemos, ecossistema que é mostrado a todos nós até aqui, quando os próprios freakers se rendem às condições climáticas e situações ocasionais (terreno, ambientes fechados ou abertos, construções frágeis etc.) que ocorrem naturalmente enquanto você estiver jogando.  

A Sony divulga que “Deacon pode estar em uma floresta de mata virgem, em áreas cobertas por neve ou uma campina exuberante e, de repente, deparar-se com os inóspitos campos de lava no deserto. Os ambientes perigosos, marcados por milhões de anos de atividade vulcânica, são definidos por antigos fluxos de lava, montanhas, cavernas, penhascos e bacias hidrográficas, proporcionando um cenário espetacular e que combina totalmente com um gameplay tão diversificado. Minas de cinábrio, tubos de lava e pequenas cidades rurais oferecem uma ampla variedade de ambientes a serem explorados.”

Enfim, é essa uma das principais diferenças entre The Last of Us Part II e Days Gone, para mim.
Pois, na minha opinião, TLOU 2 foca em como quase todos os sobreviventes do apocalipse estão assustados, prevenidos e paranoicos com a existência dos zumbis. Apesar de eu suspeitar que haja um grupo se aproveitando dessa situação, a algum benefício próprio. Além, é claro, das relações de ódio e esperança compartilhadas entre os personagens desta trama.
Se em The Last of Us Part II temos alguém que possui, certamente, uma cura em mãos e aqueles que estão com ela também desejam erradicar os zumbis, sonhando com a esperança de um novo mundo. 

Em Days Gone há outro alguém que está concentrado na busca de uma possível cura e na aventura de sobrevivência do apocalipse zumbi, na visão de seu grupo de motoqueiros que querem sobreviver um dia a mais, pois não desejam morrer de um jeito tão brutal, para despertarem, no novo dia, como freakers.

Então é isso, galera! Esta é a minha opinião sobre quais seriam as diferenças entre esses os esses dois jogos apocalípticos. O que só poderá ser confirmado quando os dois forem lançados, houver mais notícias suficientes para confirmar ou até contestar todo o meu trabalho. Mas, estamos aqui para isso: críticas também estão sujeitas à críticas. 

Um grande abraço a todos e até mais! 

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